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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça & Os Fantasmas de Canterville


Hoje eu não vou falar de um livro específico, mas de dois, porque eles são tão curtinhos que eu acho que quase podem ser considerados contos. São eles A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e Os Fantasmas de Canterville. Comprei ambos numa daquelas promoções malucas onde todos os livros saem por R$10,00 e que não pertencem mais a minha vida.




A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
Washington Irving

Acredito que todo mundo tenha pensado imediatamente no filme com o Johnny Depp, dirigido pelo Tim Burton (surpresa!) quando leu o título. E, bem, nós temos um cavalo cavaleiro sem cabeça, uma cidade chamada Sleepy Hollow e um personagem chamado Ichabold Crane. E isso é o mais próximo que o filme chega do livro.

Na história de Washington Irving, o protagonista Ichabold é o professor da fantasmagórica cidade de Sleepy Hollow e se apaixona por Katrina, filha de um próspero fazendeiro e decide conquistá-la. Até que, após um jantar na casa dos pais de Katrina, Ichabold Crane é atacado pela figura do Cavaleiro Sem Cabeça, uma lenda local passada através de gerações.

Eu achei a história incrivelmente... engraçada. Sim, pois é. Eu esperava algo totalmente parecido com o filme, mas não. É uma história completamente diferente. O escritor é bastante irônico ao falar sobre as características dos moradores do interior, suas superstições e até mesmo ao descrever o personagem principal. Ele consegue criar uma atmosfera bastante aconchegante e misteriosa. Gostei muito!





Os Fantasmas de Canterville
Oscar Wilde

Por 300 anos um fantasma assombra a Reserva de Caça Canterville. O atual Lorde Canterville não tem interesse em viver lá desde que sua tia-avó, a Duquesa de Bolton, teve um ataque de pânico quando as mãos de um esqueleto pousaram sobre ela pouco antes do jantar e, por isso, vende sua propriedade para um diplomata americano recém vindo do novo continente, o Sr. Otis. E é aí que a vida (ou seria morte?) do Fantasma de Canterville muda. Aparentemente, a família Otis não se deixa intimidar por sua presença fantasmagórica.

Eu tinha certo preconceito contra Oscar Wilde. Essa Mariana, aos 14 anos de idade, ficou um pouco traumatizada quando tentou ler O Retrato de Dorian Gray pela primeira vez na vida. Então, para mim, Oscar Wilde sempre foi o escritor mais chato de todos. Ele era o meu modelo de chatice. Toda vez que alguém me perguntava: “Não é possível,  você gosta de ler qualquer coisa?”, eu sempre respondia: “Não, eu odeio Oscar Wilde.” Eu era feliz odiando-o e proclamando sua chatice ao mundo.
Mas, aí, eu li esse livro.

 E é MUITO LEGAL. É fantástico. É engraçado, é irônico, é crítico. Pelo o que eu li sobre o Oscar Wilde depois de ter lido esse livro, uma característica dele é a sua crítica a sociedade inglesa e é exatamente o que ele faz ao longo de todo o livro. O embate entre o maléfico fantasma de Canterville, responsável pelas maiores atrocidades contra seus contemporâneos, e a insensível família americana que não tem a dignidade de se sentir assustada com um fantasma de tal gabarito. Quem sabe termino de ler Dorian Gray depois de seis anos?








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