Hoje eu não vou falar de um livro
específico, mas de dois, porque eles são tão curtinhos que eu acho que quase
podem ser considerados contos. São eles A
Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e Os Fantasmas de Canterville. Comprei ambos numa
daquelas promoções malucas onde todos os livros saem por R$10,00 e que não pertencem
mais a minha vida.
A Lenda do Cavaleiro
Sem Cabeça
Washington Irving
Acredito que todo mundo tenha pensado imediatamente no filme com o Johnny Depp, dirigido pelo Tim Burton (surpresa!) quando leu o título. E, bem, nós temos um
Na história de Washington Irving,
o protagonista Ichabold é o professor da fantasmagórica cidade de Sleepy Hollow
e se apaixona por Katrina, filha de um próspero fazendeiro e decide
conquistá-la. Até que, após um jantar na casa dos pais de Katrina, Ichabold
Crane é atacado pela figura do Cavaleiro Sem Cabeça, uma lenda local passada
através de gerações.
Eu achei a história
incrivelmente... engraçada. Sim, pois é. Eu esperava algo totalmente parecido
com o filme, mas não. É uma história completamente diferente. O escritor é
bastante irônico ao falar sobre as características dos moradores do interior,
suas superstições e até mesmo ao descrever o personagem principal. Ele consegue
criar uma atmosfera bastante aconchegante e misteriosa. Gostei muito!
Os Fantasmas de
Canterville
Oscar Wilde
Eu tinha certo preconceito contra
Oscar Wilde. Essa Mariana, aos 14 anos de idade, ficou um pouco traumatizada
quando tentou ler O Retrato de Dorian Gray
pela primeira vez na vida. Então, para mim, Oscar Wilde sempre foi o escritor
mais chato de todos. Ele era o meu modelo de chatice. Toda vez que alguém me
perguntava: “Não é possível, você gosta de ler qualquer coisa?”, eu
sempre respondia: “Não, eu odeio Oscar
Wilde.” Eu era feliz odiando-o e proclamando sua chatice ao mundo.
Mas, aí, eu li esse livro.
E é MUITO LEGAL. É fantástico. É engraçado, é
irônico, é crítico. Pelo o que eu li sobre o Oscar Wilde depois de ter lido
esse livro, uma característica dele é a sua crítica a sociedade inglesa e é
exatamente o que ele faz ao longo de todo o livro. O embate entre o maléfico
fantasma de Canterville, responsável pelas maiores atrocidades contra seus
contemporâneos, e a insensível família americana que não tem a dignidade de se
sentir assustada com um fantasma de tal gabarito. Quem sabe termino de ler
Dorian Gray depois de seis anos?