Páginas

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Esperança - Suzanne Collins



Detalhes do Livro:
Nome original: Mockingjay.
Tradução: A Esperança.
Autor: Suzanne Collins
Lançamento: Original: 2010.                       
                      Em português: 2011. 
Páginas: Versão original: 390.               
               Versão em português: 435.
Acima, capa original. A versão lida foi em português que possui a mesma arte na capa, apenas com o título traduzido

[ESTA RESENHA POSSUI SPOILERS TENSÍSSIMOS DA SÉRIE. PROSSIGA COM CUIDADO]

A Esperança, concorrendo ao prêmio de tradução mais escrota pro português, é o terceiro livro da série Jogos Vorazes por Suzanne Collins, que traz um tipo diferente de trama para finalizar a saga.
Começando, novamente, imediatamente de onde parou o seu antecessor, voltamos a acompanhar o ponto de vista Katniss, lidando com seus ferimentos e todas as revelações que foram cuspidas nas últimas páginas do livro anterior.
Provavelmente há um aviso em negrito enorme ali em cima, mas vale salientar, devido a natureza da trama desse livro, fica impossível discutir personagens, setting e toda a história em si sem conhecimento prévio dos outros dois livros, não continue a leitura caso não os tenha lido (ou não se importe.). E vocês sabem como eu sou, geralmente conto o final só para ter o prazer de criticar o final. (Ou escrever uma carta de amor pro final, como devem ter visto nas resenhas de Discworld.)
Já comentei no primeiro parágrafo e repito, A Esperança é um livro completamente diferente dos outros da série. Claro, não estava esperando um 76º Jogo e outro rearranjo do plot dos dois primeiros livros, que são bem parecidos. Na verdade, não estava esperando nada, porém ainda assim foi uma surpresa.
Katniss é levada ao Distrito 13, que existe. Realmente no passado houve uma rebelião, mas tal Distrito nunca foi destruído, houve um acordo com a Capital, pois qualquer embate poderia significar o extermínio da maioria da população. Então, pelo acordo, a Capital divulga que massacrou o Distrito 13 enquanto eles podem viver em paz. Obviamente, o Distrito 13 apresentou esse tempo para se preparar para outra rebelião.
A primeira surpresa agradável, digamos assim, é que há uma tentativa de mostrar um conflito realista ou pelo menos diferente do ‘bang bang bang’ e ‘VAMOS INVADIR TUTTO’ que esse tipo de livro geralmente apresenta. Há um grande enfoque na propaganda, na tentativa de conseguir aliados na forma dos outros Distritos contra a Capital, embora eu ache que o livro gaste um tempo demasiado em mostrar que a Katniss não é boa atriz e, portanto, não consegue fazer seus discursos na propaganda soarem convincentes e passionais e isso a deixa tão angustiada e, oh não. Claro, há motivos reais para ela estar em frangalhos psicologicamente, como as muitas mortes e destruição que, indiretamente, ela foi a catalisadora. O que faz toda a angústia das propagandas parecer boba.
Outra surpresa agradável é que o Distrito 13 não nos é apresentado como um exemplo de moral e conduta. Ele funciona como uma ditadura, sim, mais benevolente, mas ainda assim. Devido aos percalços de morar embaixo da terra, toda manhã lhe é gravado na pele como o seu dia inteiro está programado e a Presidente Coin, o nome já é uma dica, não tem lá as melhores intenções e é gananciosa.
Pelo lado da caracterização, também há avanço, tudo que Katniss já passou pela série definitivamente resultou num baque na mente dela e, olha só, até há interações entre ela e Prim! Que, se vocês se lembram, foi o motivo dela ter entrado nos Jogos Vorazes pela primeira vez e que causou tudo isso. O diálogo entre as duas ainda é pouco, mas torna mais palpável e contextual o fato de Katniss ter se oferecido para sofrer nos Jogos no lugar da irmã.
Os participantes do 75º Jogo também são trabalhados e, na minha opinião, são os personagens mais bem trabalhados nesse livro, ganham melhor development, tem cenas dedicadas a si e, em geral, são bem legais.
Correndo o risco de dar mais spoils ainda, devo avisar que certos personagens morrem. E também é outra agradável surpresa. Não que eu sinta prazer em ver personagens morrendo, embora Suzanne Collins definitivamente pareça, mas nos livros anteriores era fácil saber quem iria morrer: quem não tem nome ou só tem uma única função. Cato era malvado, Rue era pura... Essas coisas. Ver personagens recorrentes da série, já bem estabelecidos, morrerem pros horrores da guerra é refrescante. Claro, é o que se espera de um último livro de séries do tipo.
Infelizmente, o livro ainda cai em algumas coisas que já mencionei antes. A angústia do momento é o fato de Peeta estar capturado e, aparentemente, ter se convertido ao lado da Capital. Ele está claramente sofrendo e sendo coagido, ou algo do tipo, a apoiar a Capital. E, enquanto isso é terrível e a vida dele está completamente miserável, o grande problema de Katniss por isso são os sentimentos em relação a ele e Galé. Sim, comparados ao livro anterior, gasta-se bem menos tempo nisso, porém é a mesma ladainha de sempre com um contexto diferente.
No final da rebelião, temos o usual ‘bang bang bang’, mas acredito que a conclusão lógica de um golpe de estado é invadir a sede de tal estado, então não há problema nenhum para mim, vide que boa parte do livro é a preparação a tal ataque.
Não há mais nada realmente digno de nota, rasguei elogios ao livro e só comentei de um problema que encontrei. Ainda há outros, sim, porém, assim como o já mencionado, são problemas recorrentes da série que já me alonguei nas outras resenhas.
            Portanto, A Esperança é um enorme progresso e um final melhor que o esperado para a série Jogos Vorazes, porém sofre por ser a sequência de um livro mediano e um definitivamente ruim.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Em Chamas - Suzanne Collins



Detalhes do Livro:
Nome original: Catching Fire.
Tradução: Em Chamas.
AutorSuzanne Collins
Lançamento: Original: 2009.                       
                      Em português: 2011. 
Páginas: Versão original: 391               
               Versão em português: 416
Acima, capa original. A versão lida foi em português que possui a mesma arte na capa, apenas com o título traduzido

[ESTA RESENHA POSSUI SPOILERS SERÍSSIMOS DO PRIMEIRO LIVRO, OU SERIA IMPOSSÍVEL DISCUTI-LO. PROSSIGA COM CUIDADO]

Em Chamas, segundo livro da série Jogos Vorazes, por Suzanne Collins continua a história pelo ponto de vista Katniss exatamente onde parou o primeiro livro, após vencer o 74º Jogo.
Em Chamas se foca, de início, assim como seu antecessor, a mostrar todo o absurdo e futilidade que cerca os participantes dos jogos, nesse caso, os vencedores. Katniss e Peeta são obrigados a assistir um vídeo de horas e horas mostrando os melhores momentos dos Jogos, são entrevistados diversas vezes, tudo enquanto fingem estar em um relacionamento funcional. Novamente, esse relacionamento foi forjado para conseguirem apoio durante os Jogos, porém, Peeta realmente está apaixonado por Katniss, enquanto ela... Não.
Logo após toda a experiência traumática que passaram, os personagens são jogados nessa situação onde devem relembrar tudo e falar sobre e fingir estar felizes. Após toda a tietagem que recebem na Capital, ambos devem sair de Distrito em Distrito em uma espécie de “marcha de vitória”, encontrar e dialogar com os pais dos participantes dos jogos o que acaba sendo terrível no caso dos participantes que eles mataram. E podemos acompanhar o lado psicológico de Katniss se deteriorando.
Em um determinado Distrito, a população faz um gesto de reverência a Katniss e Peeta, os primeiros a deliberadamente desafiar os criadores dos Jogos, forçando-os a admitir dois vitoriosos. Tudo isso é ainda mais alimentado pelo broche de Tordo, já símbolo de um erro da Capital. Em retaliação, a Capital ataca a multidão que fez esse gesto e os personagens principais chegam a presenciar um homem sendo morto por soldados.
Até os frutos da vitória mais utilitários vêm com um gosto amargo para ambos. Como prêmio, os participantes de todo mundo ganham casas em um condomínio específico para vencedores dos Jogos em seus distritos. O problema é que, por serem o segundo e terceiro vencedores dos jogos, morarão lá sozinhos, apenas como Haymitch de companhia, esse mais distante e afundado no seu vício.
E essa é a primeira metade do livro.
Tudo é feito corrido, só se gasta mais tempo na situação descrita acima, indicando sinais do começo de uma revolta civil. Não é dada ao leitor a oportunidade de conhecer mais de perto os outros Distritos, seja seu funcionamento ou aparência, que seja. Por isso, o mundo criado pela autora continua superficial e pequeno. Até momentos que permitiriam trabalhar o personagem de Katniss e Peeta como, por exemplo, interagir com os pais de Rue, ou Cato, personagens importantes no último livro são corridos e só se perde com algumas linhas com eles. É principalmente explícito no caso de Rue, que motivou tanto do crescimento de Katniss em Jogos Vorazes.
Além disso, também é introduzido nesse livro, apenas algumas dicas no anterior, um triângulo amoroso entre Peeta-Katniss-Gale, Gale sendo o melhor amigo de Katniss e parceiro de caças existente desde o primeiro livro, claramente apaixonado por ela também, mas não importante a ponto de aparecer mais que algumas páginas no começo do livro anterior. Perde-se tempo demais no triângulo e em todo drama de Katniss fingir estar em um relacionamento com um deles, mas tendo sentimentos difusos em relação a ambos.
No meio desse tédio, sem ainda um resquício de trama a não ser a tortura contínua dos pobres personagens a não ser uma tênue indicação de uma possível, talvez, revolta em alguns distritos motivados pelo final do 74º jogo, anunciam-se as regras do 75º Jogo, edição especial, sendo um Massacre Quaternário!
Posso estar enganado, mas tenho quase certeza de que o conceito de Massacre Quaternário não foi nem aludido em algum ponto anterior a esse no próprio livro, então me permitam explicar: Trata-se de uma edição comemorativa dos jogos, acontecendo de 25 em 25 anos, em que são colocadas regras especiais em cada caso para apimentar um pouco mais. Nesse caso, no 75º Jogo, os participantes de cada distrito, serão uma dupla de vencedores de jogos anteriores.
...
Enquanto por um lado, faz sentido e é aludido que é um plano específico do Presidente Snow para tentar se livrar da imagem de Katniss e Peeta, também é extremamente conveniente para a autora reprisar o plot anterior. Então somos forçados a assistir tudo novamente: A preparação, o desfile com vestidos especiais, as entrevistas, aqueles momentos de treinamento e a apresentação dos participantes para nós leitores.
Embora, devo admitir, que logo de começo nos é dado mais nomes de participantes dos Jogos do que na totalidade do livro anterior além de dar um maior aprofundamento em suas personalidades. Ou seja, a caracterização melhorou, embora isso já indique o que vá acontecer...
Os Jogos em si também são mais interessantes que o anterior, apesar da mesmice, a arena é mais interessante e logo outros personagens aparecem para deliberadamente ajudar Katniss, tornando uma experiência diferente do Jogo anterior, onde ela ficou sozinha ou apenas com Peeta ou apenas com Rue. Porém toda essa ajuda e espírito fraterno dentro de uma arena de combate obviamente aponta para uma trama maior e somado com comentários misteriosos de um criador do jogo para Katniss sobre Tordos, provavelmente envolvidos com a tal revolta. O que resulta num enorme cliffhanger.
Sim, o Jogo acaba e de uma maneira novamente bem mais interessante que o anterior, e o livro vomita um monte de plot twists e explicações no último capítulo por meio de uma conversa, pura exposition, em algo que quase tenho vontade de chamar Efeito J.K Rowling. O problema em si não é o cliffhanger, céus, essa é uma das ferramentas usadas em qualquer mídia para você continuar acompanhando-a, mas sim como é. Alguns desses plot twists foram bem aludidos durante o livro e são bastante razoáveis enquanto outros parecem ter sido criados na hora para gerar tensão, torcendo que não pensemos muito no assunto. Se eu não tivesse lido os três lidos em seqüência, teria ficado bastante decepcionado com certas partes do final.
Por fim, Em Chamas tinha o potencial de ser uma seqüência melhor que Jogos Vorazes, porém poucas de suas boas ideias foram bem executadas e somos expostos a um milhão de revelações nas últimas páginas na tentativa do livro de fingir ter um plot bem amarrado.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Jogos Vorazes - Suzanne Collins




Detalhes do Livro:
Nome original: Hunger Games.
Tradução: Jogos Vorazes
AutorSuzanne Collins
Lançamento: Original: 2008.                       
                      Em português: 2010. 
Páginas: Versão original: 374.                
               Versão em português: 400.
Acima, capa original. A versão lida foi em português que possui a mesma arte na capa, apenas com o título traduzido.


Após quase um mês sem um computador funcional e um terrível surto de preguiça, Mariana me ultrapassou! Hora de recuperar o tempo perdido. Tenho cerca de 10 livros lidos desde então e preciso me apressar...
Jogos Vorazes, primeiro livro da série Jogos Vorazes, escrito pro Suzanne Collins, contada pelo ponto de vista da personagem principal Katniss Everdeen, onde ela se oferece para participar dos chamados Jogos Vorazes no lugar de sua irmã, Prim, que foi a sorteada deste ano.
Antes de começar, sempre vejo pessoas resenhando esse livro e comparando com Battle Royale, um livro japonês de 1999 de Koushun Takami, depois transformado em manga em 2000, pelo mesmo autor, e, por fim, em dois filmes. Eu nunca tive nenhum contato com qualquer adaptação de Battle Royale, entretanto sei a premissa, crianças se matando em programa sancionado pelo governo. Enquanto se parece bastante com o plot de Jogos Vorazes, não é como se isso fosse a história mais original do mundo. De qualquer forma, como nunca li, irei me abster de tais comentários. Também nunca vi a adaptação em filme deste livro.
Outro breve parênteses: Qual é dessas séries que possuem o mesmo nome dos seus primeiros livros? Jogos Vorazes da série Jogos Vorazes. Será que a intenção era ser um livro só? Isso não afeta em nada a minha leitura, mas é só uma curiosidade. Tudo bem que na maioria das vezes é só deturpação do próprio fandom, todo aquele lance da maioria das pessoas conhecerem apenas o primeiro livro da série. Os livros de George R. R. Martin são As Crônicas de Gelo e Fogo e não “Game of Thrones”, que é o nome do primeiro livro e do seriado. Assim como o livro Eragon (que é o nome do personagem principal!) não faz parte da série Eragon, ela se chama Ciclo da Herança (porém antes era Trilogia da Herança, até que o autor viu que não daria pra contar tudo em três livros...). A Saga Crepúsculo realmente tem esse nome ou é por causa do fandom? Porque aí teríamos Crepúsculo da Saga Crepúsculo. Sem contar os Harry Potters e Ártemis Fowls que preferem só colocar um novo subtítulo. E a saga Duna, também tem esse nome por causa do primeiro livro Duna? (Resenhas do último livro de Eragon e do primeiro Duna a caminho, falando nisso!). Curioso. Enfim, paremos de divagar.
A história se passa em um futuro não muito específico, em Panem, antiga América do Norte, possivelmente apenas Estados Unidos, em um mundo pós-apocalíptico.  Esse assunto não é elaborado, mas o mundo se encontra em tal estado devido a uma série de guerras e desastres naturais. Não é muito explícito, mas Panem é possivelmente a totalidade da espécie humana que resta.
Panem divide-se em 12 Distritos e a Capital, sendo cada distrito responsável pela produção de um bem necessário, com habitantes vivendo na miséria e na fome e a Capital é onde fica a elite da sociedade e o regime totalitário comandado pelo Presidente Snow. Há cerca de 80 anos, talvez, também existia um Distrito 13 (que me faz pensar se é baseado nas treze colônias americanas ou só coincidência) que tentou se rebelar contra a Capital e, basicamente, foi completamente destruído. Como aviso para os outros distritos, Panem implantou os Jogos Vorazes, onde todo ano, um menino e uma menina entre 12 e 18 anos de cada distrito são sorteados e enviados para uma arena, que muda anualmente, onde todas os 24 jovens devem se matar até sobrar só um.
A história passa-se no 74ª Jogo Voraz, também o primeiro ano em que Pram, irmã mais nova de Katniss, irá participar do sorteio. Elas moram no 12º Distrito, responsável pela extração de carvão para a Capital. Pram é obviamente a sorteada e, devido a existência de uma regra que permite que algum jovem seja voluntário, Katniss se oferece para ir no lugar dela. O menino escolhido é Peeta, que Katniss conhece desde sua infância mas nunca realmente teve contato. Todos os escolhidos são dados a um mentor, um dos vencedores passados dos Jogos Vorazes que seja do seu distrito. No caso, Katniss e Peeta tem o alcoólatra Haymitch como seu mentor, o último e único vencedor dos Jogos Vorazes que seja do Distrito 12.
Um ponto forte do livro ou que pelo menos me agrada bastante é o tema. O nome já diz, Jogos Vorazes. O sorteio é feito no chamado Dia da Colheita. Cada participante tem o seu nome apenas uma vez na lista de sorteio, mas a cada ano que passa, seus nomes são acrescentados mais vezes. E também existe a opção de ganhar um saco de comida em troca de ter seu nome listado mais uma vez. Panem, o país, significa pão em latim. Todo esse tema de fome, também enfatizado bastante nos jogos em si, em que os maiores problemas dos participantes na arena é achar o que comer ou beber e boa parte das estratégias utilizadas se baseia em destruir as reservas de comida dos outros participantes ajuda a demonstrar como a Capital possui controle sobre os distritos: Deixando seus habitantes famintos.
Outra parte interessante da história é antes de entrarem nos jogos em si (que só começam lá pela metade do livro). Katniss recebe de uma amiga um broche de um Tordo, um pássario que, por um motivo ou outro que não me alongarei, representa uma das maiores falhas da Capital. Após irem embora do Distrito 12 Katniss e Peeta passam por uma transformação tanto de roupas como de maquiagem para ficarem apresentáveis para a Capital, onde fazem entrevistas e, em geral, vivem um breve período como celebridades. Todo esse teatro do absurdo, onde os habitantes da Capital (e até alguns dos participantes, que desde cedo treinaram para os Jogos Vorazes, os chamados Carreiristas) acompanham e vibram com toda a futilidade de um reality show. Mas nesse reality show, 23 crianças serão mortas de maneira horrível.
Já os jogos em si... Não sei. São muitos personagens e você sabe quais serão mais importantes porque o livro dá nomes pra eles. Um ou outro sem nome (ou sem apelido) pode até fazer uma gracinha, mas no máximo será só um plot point pra história seguir outros rumos. A própria narrativa também, pelo ponto de vista de Katniss, também não me agradou muito, porém mais devido ao estilo do que ao conteúdo. Os detalhes do que acontecem nos jogos são bem fortes e até um pouco inesperados para um livro Young Adult.
Agora o problema principal do livro, em minha opinião, e talvez quem esteja lendo possa querer parar de ler pois trata-se de pequenos spoilers de antes da metade do livro.
Os Jogos possuem um sistema de patrocinadores. Se você tem dinheiro, ou seja, é da Capital, e gosta de um participante. Você paga uma quantia absurda de dinheiro para os criadores dos jogos darem algo pro participante: Comida, água, etc. A maneira de atrair patrocinadores bolada por Haymitch é Peeta é “fingir” que Peeta é apaixonado por Katniss, criando basicamente uma novela para o povo da Capital torcer por eles e ajuda-los ativamente. O problema é que Peeta é claramente apaixonado por ela desde criança e Katniss não sabe e boa parte do drama do livro se baseia nisso. O que me parece... fora de lugar? Tudo bem, são adolescentes, mas é um jogo onde inevitavelmente um deve matar o outro.
Também achei mal executada a maneira como Katniss vai para os Jogos. Ok, ela vai no lugar da irmã mas é difícil simpatizar com isso. Katniss e Pram mal dialogam no pouco tempo de atenção que o livro gasta em Pram. Temos que supor que há uma linda relação entre irmãs ali, o que é bem estranho, vide que o livro gasta um pouco do seu tempo para explicar a conturbada relação que Katniss tem com sua mãe, desde a morte do seu pai. Ah é, Katniss é órfã de pai. Claro que ela é órfã.
Tenho certa suspeita de que o que enfraquece bastante o livro é a quantidade de ‘clichês’. Suzanne Collins se dá ao trabalho de dar uma cara nova pra todos eles, entretanto eles ainda estão ali. O menino que é apaixonado pela principal desde infância, a irmã pura, a principal órfã, o mentor bêbado de passado obscuro, o ditador malvado. Não me considero uma pessoa de muitas leituras, porém quando avancei um pouco na história do livro, já dava pra ver quem morreria pra motivar Katniss a participar ativamente dos jogos, todas as razões pros Plot Twists durante a competição, inclusive o último e o que parecia ter sido criado para ser o mais chocante entre eles.
Por fim, Jogos Vorazes (da série Jogos Vorazes!) é um livro razoavelmente bom para gastar seu tempo em um dia chuvoso ou numa viagem longa de ônibus. Não espere grandes revelações e não se incomode com romance num meio de assassinatos em massa e tudo ficará bem.


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Heat Wave, Richard Castle



Heat Wave
Richard Castle

Esse é um livro muito bom! Mas é melhor um pouco de contexto antes..


Richard Castle não é um escritor, bem, não de verdade. Ele é o personagem principal da série da ABC Castle. Nessa série Castle é um escritor (interpretado pelo Nathan Fillion) que, por ser amigo do prefeito, consegue se tornar “acompanhante” de uma detetive da polícia de Nova York (Kate Beckett, interpretada pela Stana Katic) para fazer pesquisa para o seu próximo livro. No final da primeira temporada/início da segunda, Castle lança o primeiro livro da série, Heat Wave. A ABC, então, teve a brilhante ideia de produzir o livro na vida real para os fãs da série. E voilá, surge o livro.


Primeiro, é um livro de mistério. Para qualquer um que não tenha assistido a série, é só mais um livro policial regular. O plot da história é: Homem rico é jogado de seu apartamento no sexto andar, mais um caso para a Detetive Nikki Heat e o jornalista Jameson Rook. Aparentemente, nem um pouco criativo, né?


Mas, então, a grande beleza do livro é para os fãs da série. Para quem assistiu a série, algumas situações do livro são muito claramente inspiradas no relacionamento Castle-Beckett. Os próprios personagens são espelhos dos personagens da delegacia ou da família do Castle, assim como o desenrolar do caso me fez lembrar de vários episódios. Durante a leitura me peguei lembrando da reação da Beckett ao terminar de ler o livro e me deu vontade de reassistir tudo de novo.


É interessante também que nós acabamos conhecendo alguns detalhes do processo de investigação. Na série, por durar apenas 45 minutos, tudo acontece meio rápido, enquanto que no livro, o ritmo é outro. A passagem dos dias e o nível de tensão que um caso não-solucionado por muito tempo traz.


Então, para os fãs, a beleza está no cuidado que os ‘produtores’ desse livro tiveram com os detalhes como a página em que uma determinada cena acontece, a biografia fictícia do Castle no final ou o comentário do James Patterson na capa. Esse tipo de cuidado com detalhes, aliás, é uma marca-registrada da série. Cheia de referência a cultura pop e com milhões de piadinhas internas. Esse tipo de trabalho dá vontade de ler mesmo que não seja o melhor livro policial de todos os tempos. As vezes, nós, fãs, só queremos um pouco de cuidado.


Heat Wave é exatamente como eu esperava que fosse um livro escrito por Richard Castle, cheio de mistério, reviravoltas, humor e pequenas doses de cenas picantes. Atingiu todas as expectativas.
Para os não-fãs de Castle, acredito que Heat Wave é uma ótima história policial. O mistério é mantido até o final e um milhão de suspeitos possíveis passam pela sua cabeça. Apesar de todos os livros da Agatha Christie que li na minha vida, eu só descobri o assassino quando a cena da revelação foi montada. Há humor, há os conflitos internos da personagem principal, romance..


Nikki Heat Novels:
  • Naked Heat
  • Heat Rises
  • Frozen Heat


Revisado, comentado e emprestado por Guilherme Rabelo.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Cartas na Rua - Charles Bukowski

Cartas na Rua
Charles Bukowski


Charles Bukowski se tornou um nome conhecido por mim ao longo desse ano, me enveredando pelos caminhos obscuros e tortuosos da literatura considerada mais alternativa (aff!), Bukowski era um nome recorrente e, num arrombo de consumismo pocketiano, junto com outros livros da LP&M acabei comprando Cartas na Rua, sem saber direito da história, sem conhecer direito o autor e sem nunca ter lido uma resenha.


É um livro curto e rápido. Foram 185 páginas (relembrando, pocket book) em, sei lá, quatro, cinco horas?


O livro começa com Henry Chinaski, um grande beberrão, que se candidata a vaga de carteiro temporário. E é isso, ao longo das páginas Charles Bukowski conta a vida de um cidadão ordinário, pobre, com um tipo de sub-vida, onde o trabalho permite a sua sobrevivência entre álcool, mulheres e apostas. Ao longo dos anos, Henry trabalha como carteiro temporário, tendo que aguentar as situações mais bizarras e caricatas; passa por marido sustentado por família rica da esposa e termina, de novo, na agência dos Correios dos Estados Unidos, inclinado em cima de uma mesa separando correspondências por código postal.


Não só porque a história é contada em primeira pessoa, mas conhecendo um pouco a fama de beberrão do autor, percebe-se de primeira que este primeiro romance que Henry é o alter-ego de Bukowski (que mais tarde descobri, também trabalhou para os Correios). Num primeiro momento eu fiquei me perguntando o que – pelos gnomos azuis guardiões da natureza – ele queria com esse livro. Assim, é ótimo para apresentar seu estilo.. sem censura nos palavrões, sexo e bebida. Os porres como eles foram, o sexo como ele foi... o que não deixa de ser renovador para alguém que não está acostumada com esse tipo de literatura. Mas, ainda assim, o que ele queria?


E foi só um par de horas depois, pensando no assunto para escrever essa resenha, foi que encontrei a resposta. Ou, pelo menos, achei a minha resposta. E é uma resposta merecedora de uns bons tapas na testa de tão óbvia que era. Há toda uma crítica ao longo do livro ao tipo de sub-trabalho que as pessoas são obrigadas a suportar, um trabalho que só gera infelicidade, agravada por supervisores/gerentes/superiores que se sentem satisfeitos em desempenhar esse papel contraditório, visto que, já estiveram no lugar de tais trabalhadores. Um tipo de trabalho com 12 horas de duração, onde exigências impossíveis são feitas e que consome toda sua energia, sua alma... te transformando em um fantasma, um pálido reflexo de vida.


É um livro que me fez pensar, tanto para entender o que ele queria falar, como depois. Traz um pouco daquela desesperança que se tem quando se desiste de nadar contra a corrente, quando se começa a aceitar coisas porque é do jeito que é. Mas é uma coisa boa, eu acho. Porque, de certa forma, chama a sua atenção para isso e, quando acontecer na vida real, você já está mais atento para agir de acordo quando essa sensação bater.


Uma boa leitura para o primeiro dia do ano. o/


domingo, 23 de dezembro de 2012

Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio Que Longe de Tudo - David Foster Wallace


Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio Que Longe de Tudo
David Foster Wallace


Qualquer um diria que livros de não-ficção não são o meu tipo de livro e eu até poderia concordar. Os poucos que tenho ou são biografias de tenistas/músicos ou falam sobre coisas legais de ciência. Mas, então, como foi que eu cheguei a um livro de ensaios jornalístico-literários de um escritor de ficção que pela capa parece uma estrela de rock cheia de atitude e se suicidou em 2008?

Pelo Youtube.

Eu acompanho dezenas de canais literários, muitos mesmo. Em um deles, a menina disse que estava muito interessada em ler Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio que Longe de Tudo (para não ficar cansativo, vamos chamá-lo de Fred) e me peguei pensando no que tinha demais no livro para que ela ficasse tão animada com ele? Além do título extremamente legal, é claro.
Fui ler a sinopse e...
Será aceitável mergulhar uma lagosta viva numa panela de água fervente para saciar nossos desejos gastronômicos? O que a experiência de ser “mimado até a morte” num cruzeiro pelo Caribe revela sobre a natureza humana e a maneira como vivemos hoje? O que há de sublime nas raquetadas de Roger Federer e engraçado nas narrativas sufoc....”
PERAÍ, eu li Roger Federer? Roger Federer?

Acho que todo mundo que me conhece sabe que eu adoro tênis, gosto muito, muito mesmo. Acho que é um esporte fantástico, onde físico e mental precisam estar alinhados para se vencer um campeonato. Um esporte solitário que testa todos os seus limites e que vencer ou perder pode, normalmente, ser reduzido a alguns pontos cruciais ao longo do jogo. E todo mundo sabe também que eu sou fã do Roger Federer. Foi com ele que eu comecei a assistir tênis, no ano de 2009. O ano em que ninguém mais acreditava nele, no ano em que no início ele estava muito velho, muito lento, acabado (snif)... e acabou sendo um ano espetacular na carreira deles. O ano em que ele chorou na frente de milhões de pessoas porque ele não estava conseguindo jogar como ele queria e isso o estava matando (snif)².

Pois bem, melhor eu parar de falar de tênis aqui. Quando eu vi que tinha uma crônica sobre o Federer em Fred, eu imediatamente fui parar na ponte aérea Submarino-Saraiva e, por pouco, quase cedi a tentação.

Graças a um pai zeloso e preocupado com os presentes de Natal da filha, hoje eu tenho em mãos o meu próprio Fred.

Voltando a estrutura do livro. Em Fred há 6 ensaios, testemunhas das incursões do David Foster Wallace no mundo do jornalismo. O mais interessante era que ele não era jornalista e, muitas vezes, tais ensaios fariam jornalistas ortodoxos se revirarem em suas escrivaninhas. A maneira de escrever de Wallace é íntima (se essa for a palavra correta). A sua voz me acompanhou durante toda a leitura, a voz de alguém engraçado, a voz de alguém acessível e bastante observador. Um humor sem pretensão de fazer rir, um humor que está ali porque é onde deveria estar. Muitas vezes durante a leitura tive que reler um parágrafo, uma frase.

Uma característica recorrente ao longo do livro é a maneira como David Foster Wallace começa com um ensaio sobre uma situação aparentemente normal, como uma visita a Feira Estadual do Illinois ou a Feira da Lagosta do Maine, e nos leva a uma análise profunda sobre a bovinização do indíviduo, o habitante do Meio-Oeste americano, a validade de submeter animais a certas situações porque eu quero ter uma experiência gastronômica notável (esse foi o ensaio mais pertubador, de longe) e sobre os limites do corpo humano.

Entre todos os contos, meus favoritos foram Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio Que Longe Tudo, Federer Como Experiência Religiosa e  Uma Coisa Surpreendentemente Divertida Que Eu Nunca Mais Vou Fazer. Pode parecer pretensioso, mas me vi em muitos dos seus comentários sobre o tempo que passou em um cruzeiro de luxo pelo Caribe Ocidental (?).

Achei fascinante o poder de observação do DFW, ele superanalizava as situações ao seu redor de uma maneira que não soava forçada, chata. Soava sincera. Seus questionamentos me pareciam uma curiosidade honesta e não uma vontade de parecer mais profundo e cult do que realmente era. Até suas palavras difíceis e suas notas de rodapé quilométricas me pareceram naturais.

Fred é o segundo livro do David Foster Wallace traduzido para o português pela Companhia das Letras, o primeiro é Breves Entrevistas com Homens Hediondos e pelo o que eu entendi ambos fazem parte de um projeto da editora para familiarizar os leitores brasileiros a fim de lançar sua obra mais famosa e ‘difícil’ (?), Infinite Jest. Eu irei atrás desses outros livros com certeza!
Recomendo!

sábado, 27 de outubro de 2012

Mort - Terry Pratchett


Detalhes do Livro:
Nome original: Mort.
Tradução: O aprendiz da Morte.
Autor: Terry Pratchett
Lançamento: Original: 1987.
                       Em português: 2002.
 Páginas: Versão comemorativa de 25 anos (lida): 243.
                Versão em português: 256.

À esquerda, a capa original (traduzida) e à direita, a versão comemorativa de 25 anos da série que foi lida por mim




  [ATENÇÃO: O LIVRO FOI LIDO EM SEU IDIOMA ORIGINAL, INGLÊS, PORTANTO MUITOS TERMOS UTILIZADOS PODEM NÃO SER EXATOS, CONSEQUENTES DE UMA TRADUÇÃO LIVRE FEITA POR MIM.]



Mort é o quarto livro da série Discworld, escrita por Terry Pratchett, marcando o início de uma série de livros que possuem como personagem principal a Morte que, curiosamente, teve aparições e papel relativamente relevantes nos livros anteriores da série.
Antes de qualquer coisa, no último parágrafo, chamei a personagem de “a Morte”, porém, no inglês, trata-se de “Death”, gênero neutro. Eu imagino que muitos de vocês saibam disso, mas é válido ressaltar que o livro trata-a como homem na maior parte do tempo. Então não estranhem frases que misturam os gêneros.  E no resto da resenha usarei “Death” para não confundir com Mort.
O plot começa com Mort, filho mais novo de uma família de destiladores de vinho que simplesmente não leva jeito para a horticultura. Numa tentativa de dar um rumo ao filho, o pai de Mort o leva a uma feira na praça da cidade, onde garotos com a intenção de tornarem-se aprendizes em alguma profissão eram avaliados pelos profissionais da cidade, que decidiam se treinaria algum deles em seu ofício.
Exatamente à meia-noite, horário do fim da feira e horas depois do penúltimo garoto ter sido escolhido, Mort e seu pai ainda estão sozinhos na praça, até a chegada de uma figura alta, esquelética e negra sem seu cavalo. Death quer um aprendiz.
Os seres humanos normais são incapazes de ver a Morte. Não se trata de magia nem nada do tipo, elas apenas negam sua existência, fazendo com que o pai de Mort aceite a proposta de Death, acreditando que seu filho será um empreendedor.
          E assim começa a saga de Mort como aprendiz de Death e morador de seu “reino”, aprendendo como as vidas da cada pessoa são medidas por ampulhetas, conhece sua filha Ysabell , seu servente Albert e o cavalo, Binky. Aos poucos, Mort é levado junto quando Death tem que fazer seus serviços e, no seu primeiro dia sozinho em um trabalho, ele comete um erro. Mort sente compaixão.
Como típico da série, Mort repete a façanha de seu antecessor e trata de um assunto sério, a morte, de maneira diferente, misturando a seriedade e talvez até certa frieza com humor mordaz e, às vezes, repetindo minha resenha anterior, bobo. A visão que o livro tem sobre morrer (“Não há justiça, apenas eu.” – Death) parece também refletir diretamente a do autor, vide que ano passado começou um processo de morte assistida ao ser diagnosticado com Alzheimer’s.
Quanto aos personagens, esse é o meu livro favorito da série, pois Death é o mais interessante. Enquanto de um lado não é esclarecida a diferença de caracterização dele do primeiro livro em comparação a agora (mesmo estando relativamente implícito que se tratava de outra entidade se passando por Death e stalkeando o Rincewind. Diferente do esperado, Death não é um assassino ou tem prazer no que faz, não é a Dona Morte da Turma da Mônica que acredito nunca tenha aparecido levando a alma de ninguém e nem é poético como a morte de A Menina Que Roubava Livros. Death é profissional e sabe que seu trabalho deve ser feito, tem um senso de humor e até certa piedade dos seres humanos, o que acaba o levando a conhecê-los mais de perto, nos dias que Mort o ocupa, o que leva a situações engraçadas e até surreais, praticamente marca registrada da série a esse ponto.
Os outros personagens, mesmo que em minha opinião não se comparem a Death, o complementam e são interessantes por si só. Ysabell é filha adotada, mostrando um lado mais sensível da personificação antropomórfica e um tanto mimada, uma falha, entretanto, é sua personalidade ser tão radicalmente diferente da sua pequena aparição em The Light Fantastic. Albert é o servente e o mais próximo de um amigo que Death possui, além de ter um passado muito mais importante do que parece e Mort, o aprendiz, é o resultado de colocar-se um adolescente e, acima de tudo, humano para fazer um trabalho tão importante onde a única regra é não interferir no destino daqueles que devem morrer. Além disso, todos esses personagens têm uma evolução incrível ao longo do livro. Fui reler o começo e mal reconheci as atitudes de Mort, comparado a como ele é no final.
A atmosfera do livro é muito boa, Death’s Estate é uma mistura de uma localização mística, como as ampulhetas e os livros que se escrevem sozinhos para cada pessoa do Disco, e mundano, como o estábulo para Binky, um cavalo de carne e osso. Temos novamente a presença da Unseen Academicals e até uma aparição de outro personagem famoso da série.
O humor continua o mesmo e ainda me agrada. Como já dito, o livro aproveita e coloca Death, um personagem fora do mundo e o coloca em situações tipicamente humanas, há novamente algumas situações de Lampshade Hanging, até por parte do autor e as piadas em que você precisa de um minuto ou dois ou uma semana para entender totalmente.
Sem dúvidas, Mort foi o meu livro favorito da série, talvez por eu ter me afeiçoado a alguns dos personagens principais desde suas primeiras aparições em livros anteriores, porém também por mostrar-se o que melhor balanceou seu humor e seriedade, em como fica até difícil separar os dois em qualquer ponto do livro. Caso a série mantenha esta qualidade, Discworld pode tornar-se uma das minhas favoritas, mas por enquanto irei parar de lê-la para dar atenção a alguns outros livros.