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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Era Uma Vez, Há Muito Tempo Atrás, Brigid Pasulka



Era Uma Vez, Há Muito Tempo Atrás...
Brigid Pasulka

A primeira vez que ouvi falar desse livro foi em um dos milhares blogs de resenha que acompanho. E o que mais me deixou curiosa foi a mistura de conto de fadas com Polônia pré e pós guerra com a qual a história foi descrita.

São duas histórias intercaladas, é a história de uma família.

A princípio, o livro narra a história de Pombo e Anielica e de como se conheceram e se apaixonaram, todas as etapas do relacionamento, desde como Pombo cortejou o Anjo da Aldeia e como a invasão da Polônia pelas tropas alemães (o que daria início a 2ª Guerra Mundial) moldou suas vidas. Durante os primeiros capítulos, tem-se sempre a sensação de que os alemães vão chegar a qualquer momento e, então, quando o sofrimento vai chegar? É interessante como se tem vários livros que contam a história dos que foram diretamente atingidos, mas poucos sobre os que estavam sempre na expectativa de algo acontecer
.
E, logo em seguida, “começa” a história de Beata, neta de Pombo e Anielica, 50 anos depois. Beata, ao contrário dos avós, vive um momento de aparente tranqüilidade, tendo a Polônia se separado da URSS e adotado um sistema capitalista, ela tenta se adaptar a  sua nova vida em Cracóvia e, pouco a pouco, descobre a verdadeira Cracóvia por trás das história românticas contadas pela avó.


“Eu me pergunto quanta mudança somos capazes de aceitar na vida.”
p.335


Eu sempre tive muita curiosidade na maneira como um país como Polônia, Rússia, Alemanha, lidam com todas as guerras pelas quais passaram. Para mim, a II Guerra Mundial, a Guerra Fria... são apenas capítulos em um livro de história. Para eles, é algo que aconteceu a poucas décadas atrás. Ainda existem pessoas que passaram por todo o drama e o sofrimento daquela época, então, como lidar com isso?  E é isso o que mais me surpreende. Por causa da escolha das histórias, em um momento você está lendo sobre como foi a resistência polonesa à invasão alemã, a adaptação ao comunismo e, logo depois, como é sobreviver na Nova Polônia, como é ser jovem em um país cínico e desiludido, mas ao mesmo tempo batalhador

Achei um livro adorável, um conto de fadas de verdade... onde finais não são necessariamente felizes ou tristes.. ou sequer são finais. Uma história de solidariedade e de amor. Achei incrível como Brigid Pasulka levou a história dessas pessoas, submetidas ao trágico curso da história, de uma maneira tão suave. Do tipo que arranca lágrimas.


“Mas essa não é só uma história triste. É nosso passado. Sem isso, não temos nada.”
p.51



 P.S.: O tradutor poderia ter maneirado no uso de termos em polonês. Tentar lembrar o significado das palavras polonesas que você traduziu no Google Translate não é sempre divertido. :P






terça-feira, 10 de julho de 2012

A Mulher do Viajante do Tempo 
 Audrey Niffenegger.

Esse livro é comovente, é angustiante. É encantador.

A Mulher do Viajante do Tempo conta a história de Henry e Clare. Ele sofre de uma doença genética que, quando sob efeito de emoções fortes ou stress, é transportado para outro tempo, passado ou futuro.

Audrey Niffenegger conseguiu sobreviver a todos os grandes problemas de se escrever sobre viagem no tempo, simplesmente, porque ela simplifica algumas coisas e tem um ponto de vista definido sobre que tipo de alteração uma pessoa fazer no passado/futuro. As discussões – bastante filosóficas – sobre isso permeiam toda a primeira parte do livro, onde algumas dúvidas são esclarecidas.

Uma característica inteligente do livro é a linha cronológica que ela escolheu. Afinal, como escrever um livro onde o personagem principal se desloca no tempo? Onde conversas ocorrem no passado de Clare, mas no futuro de Henry? Que linha cronológica seguir? A do viajante ou a da esposa que permanece no presente? Nenhuma delas é fácil. No início você fica meio perdido, apenas seguindo o caminho traçado pela autora sem pensar muito no quando tudo aquilo aconteceu e se questiona se ela vai ser capaz de levar toda essa história maluca sem se perder nas tantas idas e vindas de Henry. E é por isso que ela escolheu usar tanto a linha cronológica de Clare quanto a de Henry, assim como seus pontos de vista. Apesar de parecer uma escolha complicada, trouxe um resultado bastante claro.

Mas o que torna A Mulher do Viajante do Tempo ainda melhor são os pequenos cuidados que podem ser notados. As inúmeras referências a pensadores, bandas, livros, artistas é incrível e te dá vontade de pesquisar sobre cada um deles. Além disso, os pequenos mistérios ao longo do livro são fascinantes. Pequenas situações que nos são apresentadas pelo ponto de vista da Clare e que ela própria não entende e só são explicadas capítulos mais tardes quando o próprio Henry as vivencia.

Apesar de toda a história de viagem no tempo e doença genética, esse livro está longe de ser um livro de ficção científica. É muito mais sobre o efeito que a distância exerce no amor e como ela o fortifica. Mais importante do que o Henry viajar no tempo, é como não só ele, mas também Clare lidam com o fato da inconstante presença dele e de como é doloroso conhecer aspectos de uma vida que ainda está para acontecer.